Sua origem foi no Oriente, especialmente na China, na Índia, no Egito e na Grécia. Isso se deu a 1.000 a C. Nesta mesma época, a contabilidade teve seu desenvolvimento paralelo ao estudo da matemática que a partir de seu conceito os números se tornaram necessários aos seres humanos, surgindo assim o desenvolvimento da contabilidade. Nessa mesma época na Europa, mas precisamente nas grandes universidades de Córdoba, Sevilha, Granada e Málaga, conviviam judeus cristãos e mouros em busca do conhecimento, promovendo a difusão na Europa do Sistema Numérico Arábico.
A partir do século XII, surgiu o comércio, principalmente na Itália. Em 1249, em Pisa, surgiu uma obra de grande importância que tratava de cálculos comerciais escrita por Leonardo Fibonacci, marcando assim a linha divisória entre a contabilidade antiga e a contabilidade moderna.
Dos séculos XIV a XVI, apareceram as primeiras sociedades comerciais através das expedições marítimas, movidas principalmente pelos navegadores portugueses e espanhóis culminando com a descoberta do Novo Mundo.
As sociedades comerciais tinham o objetivo de financiar as expedições marítimas, e eram denominadas em Comandita, tinham sócios ocultos para financiar e sócios não ocultos para comandar, com objetivos comuns. Os valores eram, contabilizados no final da expedição com a venda do produto. Ampliando assim os usuários da contabilidade.
Em 1494, o Frei Luca Paccioli, o pai da contabilidade, na Itália, apresentou o método das partidas dobradas “tractatus de computis et scriptures” firmando assim a contabilidade como ciência.
Na França, em 1673, foi estabelecido o “Código do Comercio” definindo prazos e a elaboração das Demonstrações Contábeis: Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado “lucros ou perdas”, que com essas apurações e a elaboração das demonstrações contábeis, passaria a ser elaborados em base anuais e não por expedições, com um período máximo de 2 anos.
Nos séculos XVIII e XIX, países com poder econômico dominante como Inglaterra, Alemanha, França e posteriormente os Estados Unidos da América, no século XX, seguido pelo Japão e Itália, culminando com a formação de um grupo de países denominados O G7, que impuseram as “regras do jogo” nos campos técnicos, científicos, comercial financeiro e contábil, ao longo destes séculos, onde o conceito fundamental da contabilidade veio evoluindo neste período através de nossos dias: “Os sistemas de partidas dobradas mais antigos são encontrados no norte da Itália, e remontam ao século XVI. O Frei Luca Pacioli codificou tais sistemas num apêndice a um livro publicado em Veneza em 1494 [...]. A contabilidade floresceu em solo fertilizado por séculos de aprendizagem e comércio com o Oriente. [...] Os profissionais da contabilidade começaram a surgir no final do século XVIII. O Instituto de Contadores Registrados da Inglaterra e do País de Gales foi fundado em 1880. O Instituto Americano seguiu-se em 1887. (HENDRIKSEN, 1999, p.38).
A contabilidade hoje, com um campo de atuação bastante extenso é voltada a informações para seus diversos usuários. É um produto da Renascença e sua história é a história da nossa era, já que de muitas formas, a própria contabilidade conta essa história, pois os registros contábeis fazem parte da matéria-prima dos historiadores.
Da Antiguidade até os dias atuais a contabilidade tem se transformado e atualmente seu principal objetivo é divulgar as informações financeiras e apoiar seus usuários na tomada de decisões financeiras, ajudando-os a predizer os fluxos de caixa da empresa.
As informações úteis a essa finalidade tendem a possuir várias características, tais como: relevância e confiabilidade. Devem gerar mais benefícios do que custos, serem compreensíveis e permitir comparações entre empresas.
Os conceitos fundamentais da contabilidade incluem a noção de entidade, a idéia de empresa em funcionamento, periodicidade, conservadorismo e unidade monetária como base de mensuração. A contabilidade, portanto, é o meio imprescindível de regular o funcionamento das entidades econômico-administrativas através de leis econômicas.
“Contabilidade é uma combinação de ciência, técnica e arte que estuda, controla e interpreta os fenômenos verificados no patrimônio das entidades”. (CHAGAS, 2000, p.13).
Seu objeto ou matéria a que se ocupa é o patrimônio. Ela estuda, analisa e controla, registrando, através de demonstrações contábeis, todas as ocorrências econômicas verificadas nele, (Patrimônio). De acordo com HENDRIKSEN, 1999, p.93. Os objetivos da contabilidade são: medir os recursos possuídos por entidades específicas, refletir os direitos contra essas entidades e os interesses nelas existentes; medir as variações desses recursos, atribuir as variações a períodos determináveis, exprimir os dados anteriores em termos monetários como denominador comum.
Assim, observa-se que o campo de aplicação é as entidades econômico-administrativas, com ou sem fins lucrativos. A finalidade da ciência contábil é assegurar o controle do patrimônio administrado, retratando os elementos de que ele se compõe e respectivas variações. A contabilidade, cada vez mais aprimorada para atingir sua eficaz, além de possibilitar, a qualquer tempo, o controle e avaliação dos bens, direitos e obrigações das entidades, oferece ao administrador os dados e fundamentos necessários para as tomadas de decisões.
“Técnicas que a contabilidade propicia para que sua finalidade seja alcançada: Escrituração: é o registro formal dos atos e fatos contábeis. [...]; Demonstrações contábeis: balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, fluxo de caixa; Auditoria: técnica que se destina a aferir a fidedignidade dos registros e demonstrações contábeis; Análise de Balanço: é o exame crítico do balanço patrimonial, mediante decodificação de seus grupos em índices ou coeficientes. [...]. (CHAGAS, 2000, p.17, grifo nosso)”.
Os princípios fundamentais da contabilidade são integrantes da Resolução nº 750, de 29/12/1993, do Conselho Federal de Contabilidade - CFC, em seu artigo 3º, incisos de I a VII, a saber: o da Entidade, o da Continuidade, o da Oportunidade, o do Registro pelo Valor Original, o da Atualização Monetária, o da Competência e o da Prudência, onde se fundamentam:
- O Princípio da Entidade reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade;
- O Principio de Continuidade ressalta que devem ser consideradas as classificações e avaliações das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas;
- O Princípio da Oportunidade refere-se à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações;
- O Princípio do Registro pelo Valor Original, assegura que os componentes do patrimônio sejam registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior;
- O Princípio da Atualização Monetária ressalta que os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento;
- O Princípio da Competência, (vinculada ao fato gerador), determina que as alterações do ativo ou passivo resultem em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais;
- O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações.
Nos dias de hoje, a contabilidade se tornou imprescindível para as empresas nas tomadas de decisões e para atrair os investidores.
O profissional contábil vem ganhando destaque no mercado em áreas bastante diversificadas deixando de ser visto como meramente um calculador de impostos ou guardadores de livros como eram conhecidos.
Por: Cirla Sol Noronha
Por: Cirla Sol Noronha
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